segunda-feira, 1 de junho de 2015

Viana do Castelo

Em Novembro de 2013 tive uns inesperados 3 dias de férias. Passar 3 dias em casa não era opção, por isso decidi ir até ao Minho e escolhi visitar Viana do Castelo, Caminha e Valença. Foi uma prenda de anos antecipada. Assim, dia 19 de Novembro saí cedinho da Guarda e fui até Viana do Castelo. 
Esta não foi a minha primeira visita a Viana mas as outras visitas foram rápidas e não andei muito pelo centro da cidade, achei que devia lá ir com mais tempo e mais atenção. 
Das outras vezes a atenção foi dada à Basílica de Santa Luzia e apesar de já lá ter ido duas vezes, voltei lá outra vez, afinal não há duas sem três!! Assim que saí do autocarro e antes mesmo de ir ao hotel, fui logo procurar o funicular para ir até à basílica. O funicular de Santa Luzia fica a pouca distância da central de camionagem. 

O Funicular de Santa Luzia foi inaugurado em 1923. Em 2001 foi desactivado e entrou em processo de degradação. O seu restauro iniciou-se em 2005 e em 2007 foi reaberto ao público. A viagem até ao Monte de Santa Luzia dura 6, 7 minutos e o preço de ida e volta é de 3€. 

E pela 3ª vez estava na Basílica de Santa Luzia. Esta basílica foi construída entre 1904 e 1959. Se não tiverem vertigens, não hesitem subir ao zimbório, que é com quem diz, o topo da basílica, para apreciarem uma bela vista, considerada uma das mais belas do mundo. O acesso ao zimbório faz-se a partir do Núcleo Museológico do Templo-Monumento de Santa (nas traseiras da basílica), através de um elevador e de umas escadas.  Este acesso ao zimbório paga-se, já não tenho a certeza, mas acho que é 1€. 

Falei em vista, não falei? Aqui fica parte dela. 

Depois de apreciada a vista, segui para o centro da cidade à procura do hotel Viana Sol. Ainda andei um pouco às aranhas mas lá o encontrei. E quando o encontrei fiquei um bocado assustada, aquela fachada estava a precisar de sérias obras, só esperava que o interior não precisasse também. Não, o interior estava em melhores condições e o hotel serviu perfeitamente para passar duas noites. Actualmente encontra-se em obras.
Depois de largada a bagagem, fui até à Praça da República, o coração da cidade. 

Ao longo dos anos a Praça da República passou por algumas mudanças, incluindo mudanças de nome. Já se chamou Campo do Forno, Praça da Rainha e actualmente é a Praça da República. 
Na Praça da República destacam-se três construções, o chafariz, os antigos Paços do Concelho e o edifício da Misericórdia e Igreja. 
O Chafariz é uma obra renascentista terminada em 1559. 
O antigo edifício dos Paços do Concelho data do século XVI. O piso superior era uma se reunia a vereação e o piso térreo uma arcada para abrigo das pessoas e de escribas que aqui redigiam, para os iletrados, requerimentos e outros documentos endereçados à Câmara.
A confraria da Misericórdia de Viana foi criada em 1520. A "Casa das Varandas" datada de 1589, é um exemplar único da arquitectura de inspiração renascença e maneirista, com influências italianas e flamengas. Em 1716 iniciaram-se as obras de remodelação da igreja.

Os trajes de Viana são dos mais conhecidos do país e são um verdadeiro símbolo da cidade. Quem quiser saber um pouco mais sobre eles, pode e deve visitar o Museu do Traje que se situa na Praça da República. A entrada custa 2€ e este bilhete possibilita também a visita ao Museu Municipal. 

A poucos passos da Praça da República, encontra-se a bonita Capela das Malheiras, um belo exemplar da arquitectura rococó. 

Propriedade da família Malheiro Reimão, daí o nome, a Capela das Malheiras foi mandada construir no século XVIII por D. António do Desterro (Malheiro), na altura Bispo do Rio de Janeiro.


Outro monumento bem conhecido na cidade é a Igreja Matriz ou Sé de Viana. Também se encontra no centro histórico, a poucos metros da Praça da República. A igreja é datada do século XV e quanto a estilo arquitectónico, está na transição do românico para o gótico. 

Foi já com o dia a acabar que me dirigi ao Forte de S. Tiago da Barra, também conhecido como Castelo de S. Tiago da Barra. Foi sob domínio espanhol, durante o reinado de Filipe II (Filipe I de Portugal), que o actual forte foi edificado. No entanto já lá existia uma fortaleza mais antiga.
Actualmente algumas dependências do forte albergam a a sede da Região de Turismo do Alto Minho. A Escola de Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo também se situa aqui e existe ainda um auditório com capacidade para 405 pessoas. 

Seguindo sempre a margem do Rio Lima e quase em frente ao hotel, fui encontrar o Navio Gil Eanes. Numa das minhas visitas anteriores já o tinha visitado, desta vez limitei-me a tirar fotografias. 

O Gil Eanes foi durante décadas um navio-hospital que apoiou a frota bacalhoeira que actuava na Terra Nova e na Gronelândia. Foi construído em Viana em 1955. 
Após a desactivação da frota bacalhoeira, no navio ficou a apodrecer durante vários anos nas docas de Lisboa. Foi em 1998 que a Fundação Gil Eanes o resgatou e iniciou o processo de restauro. 
Depois de alguns anos de agonia, o Gil Eanes regressou ao rio Lima, transformou-se num espaço museológico e durante alguns anos foi Pousada de Juventude. 
Quando decidi ir a Viana a minha primeira opção de alojamento era precisamente a pousada do navio, no entanto foi com tristeza que descobri que a concessão tinha terminado e já não era possível lá ficar. Teria sido bem interessante ficar numa pousada flutuante!! 
Já não se pode lá dormir mas pode visitar-se o museu, o bilhete é 3.50€.

Este dia estava a chegar ao fim, era altura de procurar um sítio para jantar e depois regressar ao hotel para descansar.

1 comentário:

Marta Faustino disse...

Oh! Desconhecia por completo que o Gil Eanes tinha deixado de ser pousada da juventude (era um local onde eu gostaria de pernoitar; por acaso dormi num barco hotel assim mas na Holanda).

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