quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Elvas

Em Julho de 2012 e depois de 8 anos sem nenhuma inscrição na lista do Património Mundial, Portugal volta finalmente a colocar mais um local nesta lista da UNESCO com a classificação de Elvas. Na lista designa-se por Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações. 
As fortificações de Elvas datam da época da restauração da independência de Portugal em 1640 e a sua construção e ampliação prosseguiu até ao século XIX. Representam o maior sistema de fortificações abaluartadas do mundo. No interior das muralhas, a cidade inclui grandes casernas e outras construções militares bem como igrejas e mosteiros.Várias das fortificações, desenhadas pelo padre jesuíta holandês João Piscásio, representam o mais bem conservado exemplo de fortificações do mundo com origem na escola militar holandesa.

A classificação de Elvas ocorreu eu Julho e eu visitei a cidade em Dezembro, a propósito do encontro de Natal do Postcrossing
Convido-vos então a passear um pouco por Elvas. 

Um dos monumentos de Elvas que não passa despercebido é o enorme Aqueduto da Amoreira, considerado o maior aqueduto da península Ibérica. Tem 8,5 quilómetros de extensão, 843 arcos com mais de cinco arcadas e torres que se elevam a 31 metros de altura.
No século XV, o poço de Alcalá tornou-se insuficiente para abastecer de água a cidade devido ao aumento da população. 
Em 1537 João III de Portugal designou o arquitecto Francisco de Arruda para executar o projecto do novo aqueduto de Elvas. As obras iniciaram-se no mesmo ano e só terminaram em 1620. 
Apesar de grande importância para a cidade, o aqueduto transformou-se num obstáculo à construção de novas de fortificações durante a Guerra da Restauração e a sua demolição chegou a ser considerada. No entanto, a povoação de Elvas opôs-se a esta medida, e o conde de São Lourenço, governador da Praça-forte de Elvas, conseguiu através de uma petição à Coroa que D. João IV desistisse da demolição.
Ainda bem que D. João IV desistiu dessa ideia. Hoje em dia o Aqueduto da Amoreira é um dos monumentos mais emblemáticos da cidade e uma das suas principais atracções turísticas. 

Um dos recantos mais bonitos e mais fotografados de Elvas é este pequeno largo onde se encontra o Pelourinho de Elvas e onde se vê o Arco de Santa Clara. 
Acredita-se que este pelourinho Manuelino foi erguido originalmente no concelho de Ouguela (hoje em dia concelho de Campo Maior) e depois trazido para aqui.  
O Arco de Santa Clara é uma construção de arquitectura Romântica datada do século XIX. Foi mandado construir pelo Dr. Santa Clara. Inicialmente chamou-se Porta da Tempre, em referência a um combate, supostamente lendário, entre a Ordem do Templo e os Mouros. 

Na Praça da República encontra-se aquela que já foi a Sé de Elvas. A Igreja de Nossa Senhora da Assunção foi construída entre 1517 e 1537; foi seda da diocese de Elvas desde 1570 até 1881.
Durante os anos que foi sé, a igreja foi sendo engrandecida e modificada mas apesar disso a igreja mantém a sua estrutura manuelina original.  

1229 é a data atribuída ao início da construção do Castelo de Elvas e D. Sancho II é considerado o seu 1º proprietário, embora já por ali tivessem andado os árabes. D. Fernando e  D. João II fizeram-lhe algumas alterações. 
O crescimento urbano da cidade levou à destruição de parte da estrutura do castelo medieval, no entanto a classificaçao como Monumento Nacional, permitiu a preservação da estrutura mais antiga iniciada no reinado de D. Sancho II. 
Este castelo é considerado um dos melhores exemplos da evolução histórica da arquitectura militar do país. 

Outro belo exemplo da arquitectura militar portuguesa, é o Forte de Santa Luzia, que justamente com os outros fortes da cidade, assumiu um papel importante na defesa da Praça-Forte de Elvas. 
A construção do forte iniciou-se em 1641, logo depois da Restauração da Independência Portuguesa. 
Este sistema defensivo conseguiu resistir ao ataque violento aquando a Batalha das Linhas de Elvas e ao cerco do exército Espanhol de três meses, em 1659. 

O Forte de Santa Luzia apresenta uma planta quadrangular com cerca de 150 metros, sendo constituído por diversos baluartes em estilo Vauban, revelins, coroas e outras obras militares. 
Hoje em dia o Forte alberga o Museu Militar do Forte de Santa Luzia.

Há mais para ver em Elvas. Espero que este post tinha despertado a curiosidade em visitar esta cidade alentejana, do distrito de Portalegre, conhecida como a "Rainha da Fronteira". 

2 comentários:

Lou disse...

Apesar de conhecer muitas cidades e vilas em Portugal, não conheço Elvas, mas parecer ser muito gira :)

Marta disse...

Elvas merece uma visita!

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