O nosso terceiro dia foi dividido entre a Letónia e a Lituânia. A Letónia fica para depois, agora vou mesmo dedicar este post à Colina das Cruzes.
Para além de Trakai, a Colina das Cruzes era outro lugar que tinha muita vontade e curiosidade em conhecer. Já tinha visto fotos, recebido postais e também já me tinham falado neste lugar. Eu sabia que seriam muitas cruzes mas não imaginava que fossem assim tantas. Há de tudo, das mais minúsculas a algumas com metros de altura, das mais simples às mais elaboradas, feitas e esculpidas em madeira, de ferro, de aço, de pedra e até renda. Tudo depende do gosto, do talento, devoção ou promessa de quem lá as deixa.
Para além de cruzes há também estátuas e imagens de santos, crucifixos, terços, quadros, registos, etc.
A Colina das Cruzes situa-se a 12 kms da pequena cidade de Siauliai e a uns 250 de Vilnius. Nós passámos por lá no regresso de Riga.
A entrada é livre, apenas tem de se pagar o estacionamento. O preço varia consoante o tipo de veículo; para automóveis ligeiros é apenas de 0.90€.
A Colina das Cruzes é um local de peregrinação muito visitado na Lituânia. As suas cruzes representam a devoção cristã e são um memorial à identidade nacional lituana.
A cidade de Siauliai foi fundada em 1236 e ocupada pelos Cavaleiros Teutónicos durante o século XIV. A tradição de colocar cruzes data desse período e, provavelmente, surgiu pela primeira vez como um símbolo do desafio lituano aos invasores estrangeiros. Desde o período medieval, a Colina das Cruzes representa a resistência pacífica do catolicismo lituano à opressão.
Em 1795, Siauliai foi incorporada na Rússia, mas foi devolvida à Lituânia em 1918. Muitas cruzes foram erguidas em cima do monte após a revolta de 1831. As famílias dos falecidos na revolta não puderam sepultar os seus familiares, foram então colocando cruzes em sua memória. Em 1895, havia pelo menos 150 grandes cruzes, em 1914, 200, e por volta de 1940, havia 400 cruzes grandes cercadas por milhares de outras mais pequenas.
A cidade foi capturada pela Alemanha na Segunda Guerra Mundial e sofreu graves danos quando a Rússia soviética a recuperou no final da guerra.
De 1944 até a independência da Lituânia em 1991, Siauliai foi uma parte da República Socialista Soviética Lituana da URSS. Durante a era soviética, a peregrinação à Colina das Cruzes surgiu como uma expressão vital do nacionalismo lituano, no entanto os soviéticos foram removendo repetidamente as cruzes cristãs colocadas na colina pelos lituanos.
Por três vezes, em 1961, 1973 e 1975, a colina foi nivelada, as cruzes foram queimadas ou transformadas em sucata de metal e a área foi coberta com lixo e esgoto. Na sequência de cada uma dessas profanações, os habitantes locais e peregrinos de todo o país rapidamente começaram a substituir as cruzes.
Em 1985, a Colina das Cruzes foi finalmente deixada em paz. Desde então a reputação da colina tem-se espalhados por todo o mundo e todos os anos é visitada por muitos milhares de peregrinos e turistas.
O Papa João Paulo II visitou a Colina das Cruzes, em Setembro de 1993.
Não se sabe ao certo quantos cruzes existem no local, mas estima-se que sejam mais de 100.000 mas o número aumenta a cada dia que passa, já que todos os dias são lá colocadas novas cruzes.
É realmente impressionante caminhar no meio de todas aquelas cruzes. Conseguimos encontrar uma portuguesa e uma imagem de Stº António, onde a Joana deixou o ser terço.
Na descoberta da Lituânia, vale a pena passar por este local único.
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