Em Maio passado voltei a Braga mas apenas para me servir de base, a ideia era fazer uns passeios ali à volta. Contudo nem tudo correu como esperava e acabei por passar mais tempo em Braga do que estava a contar.
Já há algum tempo que andava com vontade de ir Póvoa de Lanhoso e finalmente consegui lá ir. Saí da Guarda cedo e poucos minutos depois de ter chegado à central de Braga, apanhei o autocarro para Póvoa de Lanhoso. Podem consultar os horários aqui. O bilhete foi 2.80€.
Eu não sabia muito sobre Póvoa de Lanhoso, apenas sabia que tinha um castelo, um pequeno santuário e um castro e fui isso que quis ver. Assim que cheguei tratei de encontrar um táxi, isto porque a subida até ao castelo, segundo o google maps, demoraria uns 40 e tal minutos. Até gosto de andar a pé mas não sabendo o caminho, não quis arriscar perder muito tempo.
Lá encontrei um táxi e pelo caminho o Sr. Nelinho deu-me umas dicas quanto ao regresso à vila.
Assim que cheguei ao cimo do Monte do Pilar, é aqui que se encontra o castelo, fui logo tirar a máquina fotográfica da mochila e logo de seguida apanhei um susto, a máquina não estava a trabalhar!!! Que tragédia e que grande estupidez. No dia anterior lembrei-me de colocar a bateria a carregar, só que não me lembrei de a tirar do carregador e colocar na máquina. Quase que me atirei do castelo com tamanha estupidez!! Tive que tirar fotos com o telemóvel e com o tablet. Senti-me completamente ridícula a tirar fotos com o tablet, mas felizmente não estava lá ninguém para ver.
Para além de as fotos não terem a qualidade desejada, o dia também não estava grande coisa. Foi tudo a ajudar nesse dia. Adiante...
Como disse, o Castelo de Lanhoso situa-se no Monte do Pilar, o maior monólito granítico do país. O castelo é simples, mas a sua localização estratégica foi de extrema importância no controlo das vias de comunicação, particularmente as que ligavam importantes centros políticos, económicos, sociais e mesmo religiosos como são as antigas Bracara Augusta (Braga) e Vimaranes (Guimarães). Para além disso, esta localização tornava-o praticamente inexpugnável a qualquer ataque pelo uso puro e simples da força, independentemente das armas ou do número considerado.
O castelo foi construído no século XI.
A tradição refere que neste castelo se refugiou, por duas vezes, a condessa Teresa de Leão, mãe de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.
Mesmo em frente do castelo encontra-se a igreja do Santuário de Nossa Senhora do Pilar.
Após a consolidação das fronteiras do reino, o castelo foi perdendo a sua importância estratégica e foi entrando em estado de degradação. Foi então que no século XVI, um comerciante abastado do Porto pediu autorização para demolir parte do castelo e reaproveitar a pedra para construir uma réplica do Santuário do Bom Jesus de Braga. Assim surgiu o Santuário de Nossa Senhora do Pilar. Possui uma via sacra formada por cinco capelas com esculturas relacionadas com a crucificação de Cristo.
Junto à estrada de acesso ao topo do monte, encontram-se os vestígios de um antigo castro romanizado. Para lá chegar e apreciar devidamente as antigas habitações, segui um conselho do Sr. Nelinho, o taxista, e passei um túnel por debaixo da estrada e fui dar a uma calçada romana. Depois é só seguir o passadiço ao longo das construções.
O Castro de Lanhoso é um povoado da Época do Ferro com anterior ocupação do Calcolítico / Bronze e posterior ocupação romana.
É um bom exemplar da Cultura Castrense, com casas de planta circular e rectangular. Está classificado como Imóvel de Interesse Público.
Para termos ideia de como eram estas habitação tão antigas, três delas foram reconstruídas e servem de modelo pedagógico.
Depois deste passeio pelo Monte do Pilar, regressei à vila mas sem máquina fotográfica, não me dediquei às fotos. De qualquer maneira, da volta que dei pelo centro da vila, não vi mais nada que me chamasse à atenção.
Apanhei o autocarro de volta a Braga e fui encontrar ao amigo que me disse "ninguém vai a Póvoa de Lanhoso!!". Eu fui e gostei do pouco que vi, vale a pena passar lá umas duas ou três horas.
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