Como referi antes, os voos Lisboa-Vilnius e Vilnius-Lisboa, na Ukrainian International Airlines, fizeram escala em Kiev. Para lá a escala foi de poucas horas mas no regresso escolhemos um voo com 10 horas de escala porque queríamos aproveitar para ir até à capital ucraniana.
Com tudo o que se tem passado nos últimos meses, confesso que estava um pouco ansiosa e várias pessoas disseram que não devia ir. "Ah não, os problemas são no leste do país e em Kiev está tudo calmo." Dizia eu e não é que uma semana antes da viagem houve uma manifestação e uma explosão no centro da cidade!! Ainda assim, lá fomos nós conhecer um pouco da cidade e não podia ter sido mais calmo e pacífico, até porque nesse dia estava a decorrer uma corrida e as ruas da cidade estavam cortadas. Para além disso algumas das pessoas com quem nos cruzámos foram super simpáticas, a começar pelo rapaz que nos ajudou no metro, a polícia que perguntou se precisava de ajuda, a empregada de mesa do restaurante onde almoçámos... O tempo é que não nos ajudou nada e quando começou a chover a sério resolvemos voltar para o aeroporto e encurtar a visita.
Falando no aeroporto, neste caso Boryspil, é fácil ir de lá até à cidade. Há uma companhia de autocarros, a SkyBus que opera 24 horas. É só sair do terminal do aeroporto e os autocarros estão logo lá. Para irem até ao centro, há duas opções: sair na 1ª paragem, perto da estação de metro da linha verde Kharkivska e a partir daí apanhar o metro para onde quiserem ou fazer como nós fizemos, sair na Estação Central, a última paragem. O bilhete de autocarro é comprado no interior do mesmo, o motorista vai recolher o dinheiro depois dos passageiros estarem sentados. O bilhete é 60 UAH.
Depois de chegar à estação e só entrar e atravessá-la, sair do edifício e virar à esquerda para chegar à estação do metro.
Quanto ao metro, o nome das estações está em ucraniano e também no nosso alfabeto, no entanto o melhor é estudar bem o mapa antes de ir conhecer a cidade e assinalar que estações vos interessam. Nós entrámos na Vokzalna (linha vermelha) e saímos na Zoloti Vorota (linha verde).
Assim que se sai do metro dá-se de caras com este monumento, o Portão Dourado. Esta estrutura foi o principal portão das fortificações de Kiev no século XI. Durante a Idade Média foi desmantelado, deixando poucos vestígios da sua existência. Foi completamente reconstruída pelas autoridades soviéticas em 1982, embora não existam imagens dos portões originais que sobreviveram.
O monumento situa-se na esquina da rua Volodymyr e rua Yaroslaviv Val.
Lá dentro existe um museu dedicado à história do monumento e às fortificações da cidade.
Depois de descermos uma avenida e percorrido parte da rua Khreshchatyk, chegámos à Praça da Independência, Maidan Nezalezhnosti.
Ninguém diria que foi ali que meses antes aconteceram os violentos protestos da agitação civil que ficou conhecida como Euromaidan. Eu tive dificuldade em acreditar que era a mesma praça e por isso quando cheguei a casa tive de confirmar.
Deixámos a praça para trás e tentámos encontrar a Catedral de Stª Sofia, um dos monumentos mais conhecidos da capital ucraniana. Esta catedral foi o 1º monumento do país a ser declarado Património Mundial da Humanidade.
O nome da catedral vem da conhecida Hagia Sofia em Istambul (que significa «Sagrada Sabedoria»), sendo por isso dedicada à Sagrada Sabedoria de Deus e não especificamente a uma Santa Sofia.
Começou a ser construída em 1037 e apenas foi concluída 2 séculos depois.
O bilhete para visitar a catedral é de 80 UAH. Nós não entrámos, com muita pena minha mas como o tempo estava a ficar cada vez pior, decidimos ir até ao Mosteiro de São Miguel das Cúpulas Douradas que fica em frente da catedral.
Não é preciso pagar para se entrar no mosteiro, entrar na catedral e no recinto, apenas se paga para subir ao campanário.
Vale mesmo a pena entrar na catedral, é linda, linda, é uma pena que não se possam tirar fotos.
O Mosteiro de São Miguel das Cúpulas Douradas remonta ao século XII mas foi destruído durante o período soviético, tendo muitas das suas obras de arte sido retiradas, algumas transferidas para museus em Moscovo e São Petersburgo.
O mosteiro tal como agora o conhecemos, foi reconstruído em 1997-98.
Dentro do complexo do mosteiro existe este edifício, o Refeitório de João o Divino. É um edifício de tijolo rectangular que contém um salão de jantar para os irmãos, bem como várias cozinhas e despensas.
O refeitório foi erguido em 1713, tomando o lugar do refeitório original de madeira. O seu interior foi reformulado em 1827 e 1837 e o trabalho de restauração foi realizado 1976-1981.
Apesar de ser refeitório não deve ter funções de refeitório uma vez que enquanto lá estivemos saíram de lá pelo menos três ou 4 casais de noivos, pareciam casamentos em série.
Subimos então ao campanário, depois de termos pago 14 UAH.
O campanário do complexo de São Miguel das Cúpulas Douradas foi construído no século XVIII. Antes de chegarmos ao cimo e ao longo dos vários andares, passamos por um Lá museu dedicado à história do complexo. A exposição conta em pormenor a importância e a história trágica do local, bem como de outros edifícios religiosos na cidade demolidos pelos bolcheviques.
Lá do cimo tem-se uma bela vista sobre a catedral do mosteiro.
E num dos outros lados, uma vista para a rua que liga o mosteiro à Catedral de Stª Sofia. Esta vista fez-nos ter muita pena de não termos visitado a cidade num dia de sol.
Assim que saímos do mosteiro começou a subir muito e tivemos que nos abrigar. Decidimos dar por terminada a curta visita à capital ucraniana, não sem antes almoçarmos. Deixem que vos diga, almoçámos num restaurante fantástico, Knyazhiy Grad, assim se chama ele.
Confesso que não gostei muito da comida mas o espaço em si era lindo e o atendimento muito bom. Acabou da melhor maneira a visita a Kiev.
Havia tanta coisa para ver mas o mau tempo decidiu atrapalhar-nos. Havemos de voltar.
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