Continuando o meu passeio pelo distrito de Viana do Castelo, a etapa seguinte foi Caminha, um lugar onde nunca tinha estado.
Fui até lá de comboio. A viagem entre Viana e Caminha, dependendo do comboio, pode demorar 17 minutos a quase meia-hora e o preço é 2.50€ ou 2.75€.
A norte é o Rio Minho que nos separa de Espanha e é precisamente em Caminha que ele encontra o mar. Quem quiser atravessar o rio e ir à vizinha Galiza, pode fazê-lo através do terminal fluvial de barcos que se encontra na vila e que transporta passageiros e automóveis.
Do património de Caminha, era a Igreja Matriz que me despertava mais curiosidade. Esta bonita igreja, também conhecida como Igreja de Nossa Senhora da Assunção, foi construída dentro da cerca medieval, entre 1488 e 1556 e apresenta traços dos estilos Gótico, Manuelino e Renascentista.
Uma outra igreja de Caminha é a Igreja da Misericórdia. Esta igreja Renascentista, encontra-se bem no centro da vila, junto aos Paços do Concelho. Foi construída no século XVI.
Situada mesmo ao lado do edifício dos Paços do Concelho, está a Torre do Relógio. Esta é a torre principal das muralhas medievais de Caminha, dá acesso ao centro histórico da vila. Foi construída no século XII e em 1673 foi-lhe colocado o relógio.
Bem no coração da vila, o Chafariz de Caminha, embeleza o Largo do Terreiro. Qualquer semelhança com o chafariz da Praça da República em Viana do Castelo, não é mera coincidência, é que ambos foram construídos pelo mestre João Lopes Filho. Foi construído entre 1551 e 1553 em estilo Renascentista.
Estava-se bem em Caminha mas eu ainda queria ir até Valença. Para isso apanhei mais um comboio. A viagem entre Caminha e Valença também não é longa, entre 19 a 34 minutos. O preço varia entre os 2.65€, 2.95€.
Chegada a Valença a minha prioridade era ir ter à fortaleza, ainda tem que se andar um bocadinho até lá chegar, mas claro que vale a pena. Esta foi a minha 2ª visita a Valença mas como a 1ª tinha sido há bastante tempo, não me lembrava de muita coisa.
E lá a encontrei, a Fortaleza ou Praça-Forte de Valença.
No século XIII Valença já era rodeada por muralhas, o que resta dessa fortaleza medieval, data do reinado de D. Afonso III.
No século XVII, no contexto das Guerras da Restauração da Independência, Valença era uma das localidade mais expostas aos ataques espanhóis. A sua localização e as condições do terreno possibilitaram a construção da actual fortaleza.
O autor do projecto foi o engenheiro militar Miguel de l'Escole e as obras começaram em 1661 e terminaram em 1713.
Só por si, a fortaleza já é um belo motivo para ir até Valença mas lá dentro há mais motivos de interesse.
Dentro das muralhas as ruas são animadas e cheias de gente por causa do comércio. Nunca vi tantas lojas de têxteis de lar juntas, era praticamente porta sim, porta sim, jogos de banho, lençóis, toalhas de mesa, paninhos de cozinha, tudo o que é necessário numa casa.
A quantidade de lojas era juntamente uma das minhas lembranças da minha 1ª visita a Valença há anos atrás e lembro-me que na altura fiquei bastante chateada porque em muitas lojas os preços afixados estavam em pesetas e não escudos. O euro resolveu esta questão mas os espanhóis continuam a ser muitos naquelas ruas.
Outra lembrança era esta estátua, até porque tenho uma foto com ela. O senhor da estátua é S. Teotónio, o primeiro santo português, nascido em Valença. A capela atrás dele é a Capela do Bom Jesus.
A Igreja de Santa Maria dos Anjos é a matriz de Valença. É um templo românico do século XIII.
Mesmo ao lado da igreja matriz, encontra-se a Igreja da Misericórdia. A sua construção ocorreu no século XVIII em estilo barroco, no entanto foi reformada no século XIX e adquiriu traços neogóticos.
Espanha está do outro lado do rio e quem quiser ir até Tuy pode atravessar a pé, de carro ou de comboio a Ponte Rodo-Ferroviária. Eu atravessei os 318 metros a pé. Como já não tinha muito tempo, não me aventurei a visitar Tuy.
A construção da ponte iniciou-se em 1882, terminou em 1884 e foi aberta em 1886.
Uma vista de Tuy.
Estava a chegar ao fim mais um dia, mais um passeio e era altura de apanhar o comboio de regresso a Viana. A viagem dura até uma hora e custa 5€.
Gostei muito de andar por Caminha e Valença, embora no final deste dia as minhas pernas estivessem a reclamar de tanto passeio a pé. As pernas podiam estar a reclamar mas eu digo que este é um cansaço feliz.
No dia seguinte ainda dei mais umas voltinhas por Viana do Castelo até chegar a hora de apanhar o autocarro para a Guarda.
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